O concílio Vaticano II completa 50 anos em 2012 e podemos dizer que João XXIII ao convocar e iniciar o Concílio lançava à Igreja o desafio de contribuir mais eficazmente na solução dos problemas da idade moderna. Ele desejava uma demonstração da Igreja, sempre viva e sempre jovem, que sente o ritmo do tempo.
E com isso nasce o grande anseio do Concílio para com a Liturgia “Que todos os fiéis sejam levados àquela plena, consciência e ativa participação das celebrações litúrgicas, que a própria natureza da Liturgia exige e à qual, por força do batismo, o povo cristão, “geração escolhida, sacerdócio régio, gente santa, povo da conquista” (1Pd 2,9; cf. 2,4-5), tem direito e obrigação”.
Do ponto de vista Teológico, as músicas e o canto das comunidades surgem ao celebrarem a sua fé, afinal a música litúrgica surge da vida comunitária, surge no Mistério de Cristo no cotidiano das pessoas, refletindo assim a Encarnação do Verbo e inserindo-se na dinâmica do memorial da fé Cristã.
Por isso, ela possui um poder extraordinário, muitos homens de Deus testemunham sua conversão, seu encontro pessoal com Deus por meio da música litúrgica. Um destes foi Santo Agostinho. Em sua obra "Confissões", ele descreve sua experiência com Deus por meio dos hinos e canções no momento do seu batismo; o santo afirma que foi tomado por um sentimento de santidade quando ouvia os ritmos.
Não devemos cantar na Liturgia, mas cantar a Liturgia, é ela quem dá o conteúdo, a melodia da música, ela oferece o ritmo para a música. A Liturgia possui uma forma peculiar, por isso, nem todas as formas musicais são aptas para ela.
Na liturgia, não se canta por cantar. Não se canta para encher espaço ou cobrir possíveis vazios na celebração. Também não se canta por ser o canto bonito e cheio de mensagens, simplesmente. O canto, na liturgia, não é divertimento nem se destina a tornar a celebração mais leve, mais agradável, mais movimentada. O canto litúrgico nunca pode ser mero enfeite, pois ele tem, na celebração, uma função ministerial, que lhe é própria. Às vezes, porém, certos cantos nos deixam a impressão de estarem apenas embelezando o momento celebrativo.
O Cantar na Liturgia expressa, finalmente, a natureza e sacramentalidade da Igreja, Povo de Deus, Corpo de Cristo, na diversidade de seus membros e ministérios, já que há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos.
A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos; Resumindo, a Música entoada em coro é uma catequese e como nos diz São Bernardo, “Não há homem do mundo, por mais duro de coração, que ao ouvir uma bela salmodia não sinta como um despertar de seu amor para as coisas de Deus. Indivíduos houve a quem o canto dos salmos e hinos, ouvido por simples curiosidade, fez derramar lágrimas de arrependimento e de conversão”.
A música que vocês ouvem é a Ladainha de Nossa Senhora interpretada pelo Coral "Ora Pro Nobis" da cidade de Barra de São Miguel - PB e está no DVD produzido na Igreja Matriz de São Miguel pela Agência Quebra Panela
Rodolpho Raphael - @RodolphoRR
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