Reflexão do Evangelho de Quarta-Feira da III Semana da Quaresma No Ofício Divino em Esperança -PB
(Mt 5. 17-19)
RODOLPHO RAPHAEL
O Senhor teu Deus te escolheu dentre todos os povos da terra, para seres o seu povo preferido, porque o Senhor vos amou e quis cumprir o juramento que fez a vossos pais. Foi por isso que o Senhor vos fez sair com mão poderosa, e vos resgatou da casa da escravidão, das mãos do Faraó, rei do Egito. Saberás, pois, que o Senhor teu Deus é o único Deus, um Deus fiel, que guarda a aliança e a misericórdia até mil gerações, para aqueles que o amam e observam seus mandamentos.
Dt 7,6b.8-9 - Leitura das Laudes de Hoje
Amados irmãos e irmãs, nesta quarta-feira a lição de Jesus em seu evangelho é o respeito pelas distintas religiões, afinal elas Todas expressam a busca da transcendência por parte do homem, a busca do além, das realidades eternas. No entanto, no cristianismo, que afunda suas raízes no judaísmo, esse fenômeno é inverso: é Deus quem procura o homem.
A presença de Deus é que torna nossa pregação forte e ungida; Sua presença é que dará sucesso a nossas obras inclusive em nossas pastorais. Não conseguirei tocar o coração de ninguém com palavras lindas se não forem inspiradas por Deus e ai que esta o grande diferencial do cristão e aquele que decora a passagem.
Jesus meus amados, aparece e mostra que a lei continua correta, mas propõe que haja um NORTE na sua interpretação, para que ela não fosse tendenciosa e usada de forma a oprimir, ao invés de libertar e corrigir o seu povo.
Esse sentido completo esta na presença dele no meio dos discipulos. Se buscarmos a passagem que diz que a fé sem obras é morta, Deus nos ensina e demonstra através da vinda de Jesus que Ele é um Deus que vai além dos ensinamentos ou das tábuas da lei, Ele é presente e sua presença é que torna completa a lei.
O Beato João Paulo II nos lembra que Deus deseja se aproximar do homem e quer dirigir-lhe suas palavras, mostrar-lhe o seu rosto porque procura a intimidade com ele. Isto se faz realidade no povo de Israel, povo escolhido por Deus para receber suas palavras. Essa é a experiência que tem Moisés quando diz: “Pois qual é a grande nação que tem deuses tão próximos como o SENHOR nosso Deus, sempre que o invocamos?” (Dt 4,7). E, ainda, o salmista canta que Deus Anuncia a Jacó a sua palavra, seus estatutos e suas normas a Israel. Não fez assim com nenhum outro povo, aos outros não revelou seus preceitos. (Sal 147,19-20).
Neste sentido, menosprezar as indicações de Deus, por insignificantes que sejam, comporta um conhecimento raquítico de Deus e, por isso, um será tido por pequeno no Reino dos Céus. E é que, como dizia São Teófilo de Antióquia, “Deus é visto pelos que podem ver-lhe, só precisam ter abertos os olhos do espírito (...), mas alguns homens os têm empanados”. Deus não habita no coração demagogo e prepotente e tão pouco naquele que usa da palavra para promoção pessoal e receber “tapinhas nas costas”; Deus fica ofuscado quando tentamos “aparecer” mais que sua presença ou quando fazemos a superprodução esquecendo-se da humildade que ainda encanta… Baseando-se nesse meu breve argumento, será que é correto usar Deus nos discursos políticos ou na justificação dos nossos erros?
Aspiremos, pois, na oração seguir com grande fidelidade todas as indicações do Senhor. Assim, chegaremos a uma grande intimidade com Ele e, portanto, seremos tidos por grandes no Reino dos Céus.
Comentários