“A fé do Rico e do Pobre”


Reflexão do Evangelho de Quinta-Feira da II Semana da Quaresma no Ofício Divino em Esperança -PB  
(LC. 16, 19-31)

Amados irmãos e Imãs, durante esta Quaresma estamos acompanhando Jesus que vai a Jerusalém dar sua vida. Nesta caminhada meus amados, vamos aprofundando, através dos ensinamentos de nosso divino Mestre, o que é necessário para ser um verdadeiro discípulo e missionário. Lucas é o único evangelista a narrar esta parábola que ilustra o perigo da riqueza, e propõe um chamado á conversão. A parábola é composta de duas partes, onde predominam os contrastes, e está separada pela inversão total da situação que vive o rico e o pobre no pós-morte.
O dialogo com Abraão serve para comentar a inversão das situações. O destino do homem rico, totalmente indiferente para com o pobre, conclui-se com uma total ruína de vida. Enquanto que o destino final do pobre é uma esplendida comunhão com todos na eternidade feliz. Jesus deseja ensinar a nós seus discípulos que é contra o plano de Deus a divisão deste nosso mundo. E é o desejo de Deus que toda pessoa humana possa viver com dignidade. Já dizia Santo Ambrósio: “Quando deres alguma coisa ao pobre, não lhe ofereces o que é teu, mas lhe restituis o que já lhe pertence, porque a terra e os bens deste mundo pertencem a todos, não só aos ricos”.
Toda parábola quer nos levar a refletir sobre a urgência da conversão. Os últimos versículos de nosso texto definem muito bem a substancia da mensagem contida na parábola de hoje: também os mais grandiosos milagres são inúteis, quando não existe a escuta e a adesão ao que Deus nos propõe em sua Palavra. Deste modo esta parábola nos convida a estar abertos à escuta da palavra de Deus e a nos converter aos valores de seu Reino, abandonando a falsa segurança dos bens materiais. É preciso que busquemos seguir o programa de vida cristã apresentado por Paulo em nossa segunda leitura de hoje, buscando conquistar a vida eterna!
São Gregório Magno diz-nos que «se dizem todas estas coisas para que ninguém possa desculpar-se por causa da sua ignorância». Há que despojar-se do homem velho e ser livre para poder amar o próximo. É necessário responder ao sofrimento dos pobres, dos doentes ou dos abandonados. Seria bom que recordássemos esta parábola com frequência para que nos tornemos mais responsáveis pela nossa vida. A todos chegará o momento da morte. E temos que estar sempre preparados, porque um dia seremos julgados. Na humildade e na confiança, a Quaresma é tempo de penitência e de conversão. Esta é sempre um ato de humildade e de confiança. Exige que ponhamos o coração onde Deus tem o Seu a nosso respeito e que não nos percamos na materialidade das coisas do mundo.
A nossa humildade na confiança exprime-se também em praticarmos o bem só para Deus ver e não para os homens nos louvarem. Esse louvor humano seria a nossa triste recompensa. A esmola, o jejum, a oração, devem passar-se entre nós e Deus. Ele que vê o que mais ninguém vê, dar-nos-á a recompensa Que ainda nesta semana procuremos olhar a nossa volta, e certamente encontraremos sentado na porta de nossa vida, um “Lázaro” a nos pedir a ajuda de uma mão amiga. 
Que este seja nosso exercício concreto:  E que Jesus nos ajude sempre a encontrarmos os caminhos para ajudar o nosso irmão, baseados numa atenta escuta da sua Palavra.  Que sempre tomemos com seriedade a necessidade de ler, estudar e meditar a Palavra de Deus, pois só Ele pode nos auxiliar a viver de modo mais radical a sua vontade.

Assim Seja!

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