Reflexão do Evangelho de Terça-Feira da III Semana da Quaresma No Ofício Divino em Esperança -PB
(Mt 18. 21-35)
RODOLPHO RAPHAEL
Voltai para mim com todo o vosso coração, com jejuns, lágrimas e gemidos; rasgai o coração, e não as vestes; e voltai para o Senhor, vosso Deus; ele é benigno e compassivo, paciente e cheio de misericórdia, inclinado a perdoar o castigo. (Jl 2,12-13)
Leitura das Laudes de Hoje
Amados irmãos e irmãs, nesta terça-feira da terceira semana da Quaresma, somos convidados a nos aprofundar no Evangelho de Mateus que nos convida a uma reflexão sobre o mistério do perdão, propondo um paralelo entre o estilo de Deus e o nosso estilo na hora de perdoar.
O homem atreve-se a medir e a levar em conta a sua magnanimidade perdoadora, Pedro hoje pergunta quantas vezes se deve dar o perdão a quem nos fez mal na Comunidade. Jesus responde: Perdoa sempre! Mas, aprofundemos esta Palavra de Deus que nos é dirigida como luz e caminho da nossa vida. A Pedro parece-lhe que sete vezes já é muito e que é, talvez, o máximo que podemos suportar. Bem visto, Pedro continua esplêndido, se o compararmos com o homem da parábola que, quando encontrou um companheiro seu que lhe devia cem denários, «Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: ‘Paga o que me deves’» (Mt 18,28), negando-se a escutar a sua súplica e a promessa de pagamento.
Pensando nisso, detenhamo-nos, que essa questão é ainda a vida na Igreja. Quantas vezes perdoar? Até quando conservar um coração aberto, disponível, sem deixar-se levar pela tristeza e a amargura, o rancor e o fechamento? Até quando manter a doçura, filha da esperança, fruto da certeza da vitória do Senhor? O Senhor Jesus nos adverte que o perdão deve ser dado sempre porque o coração do Pai, como o do rei da parábola, é assim: cheio de compaixão, capaz de perdoar toda a dívida.
Jesus começa dizendo que o Reino dos Céus é um reinado de um rei que é Pai e perdoa. O Pai somente reina no coração de quem perdoa como ele mesmo perdoa, como ele mesmo nos perdoou e acolheu em Jesus, que morreu e ressuscitou para ser o perdão de Deus para nós! Esta é a Igreja, lugar da misericórdia, do acolhimento, do amor, do perdão, nós como Igreja devemos ser assim, devemos experimentar o perdão de Deus quem tem o coração aberto para os outros.
Neste tempo favorável, meus amados, devemos aproveitar para nos reconciliarmos com Deus, vamos nos confessar e quebrar o Tabu da confissão individual, afinal o sacerdote representa Cristo, o enviado do Pai, continua a missão de Cristo, mediante a palavra e o sacramento, nesta totalidade de corpo e alma, de sinal e palavra, Bento XVI nos diz que “Exatamente esta totalidade, que funda as raízes no próprio mistério da Encarnação, nos sugere que a celebração do Sacramento da reconciliação é por ela mesma o anúncio e por isso, via a ser percorrida para a obra da nova evangelização”.
Muitas vezes nos perguntamos por que se confessar com um sacerdote? E eu respondo a você com clareza que Só a absolvição dos pecados que um sacerdote nos dá no sacramento pode comunicar-nos a certeza de realmente ter sido perdoado e acolhido pelo Pai, porque Nosso Senhor confiou ao ministério da Igreja o poder de atar e desatar, de excluir e de admitir na comunidade da aliança, pois Na confissão, o pecado arrependido, pela ação gratuita da misericórdia divina, é justificado, perdoado e santificado, abandona-se o homem velho para revestir-se do homem novo.
Que nesta quaresma, em especial neste dia, façamos a experiência do perdão e da reconciliação com Deus, confessando os nossos pecados; e não tenhamos medo, nem timidez, pois, “no coração da celebração sacramental não está o pecado, mas misericórdia de Deus, que é infinitamente maior do que a nossa culpa”.
Assim Seja!
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