Quem nos deu Vida, Também nos ensinou a Orar

Reflexão do Evangelho da Terça-Feira da I Semana da Quaresma no Ofício Divino em Esperança -PB  (Mt. 6, 7- 15)
RODOLPHO RAPHAEL
  
Amados irmãos e irmãs, o Evangelho de Hoje nos coloca diante do pedido dos apóstolos ao Mestre da oração. E Jesus, diferente dos mestres da Lei, apresenta o mais direto diálogo entre o Pai e nós seus filhos. Ensinando a oração mais simples, mais humilde, mais forte e direta que existiu até hoje: o Pai Nosso.
O Evangelista Lucas transmite-nos o Pai Nosso numa forma mais breve em relação a do Evangelho de São Mateus que hoje estamos vivenciando e que entrou no uso comum de nossas orações diárias. Com este Texto bíblico meus amados, deparamo-nos diante das primeiras palavras da Sagrada Escritura que aprendemos desde crianças, plasmam a nossa vida, acompanha-nos na juventude, na idade adulta, na velhice e até ao nosso último suspiro.
O Pai Nosso, meus irmãos e irmãs, acolhe e exprime as necessidades humanas, materiais e espirituais. E precisamente por causa das necessidades e das dificuldades de cada dia, Jesus nos exorta com força “Perdoa as nossas Ofensas assim como Nós perdoamos a quem nos tem ofendido”.
Necessitamos de orar sem cessar. Somos chamados a viver uma vida de oração. O tempo da Quaresma, meus irmãos como falei em outras vezes, quer nos ajudar a reavivar a nossa vida orante, retomando a nossa iniciação cristã, que supõe também a iniciação à oração, São João Crisóstomo nos diz que a  oração é conversar com Deus, é o bem maior, porque constitui  uma união como Ele, em outras palavras,  assim como os nossos olhos são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável, a oração meus amados é uma atitude exterior que provem do coração, se torna a mediadora entre Deus e os homens.
A oração do Pai Nosso, nos leva ao louvor, a ter compromisso com a vontade do Pai, a implorar pelas nossas necessidades do dia a dia e, principalmente, a pedir perdão com a garantia de, concretamente, também perdoar os nossos irmãos e irmãs. E, por último, nos motiva a pedir ao Pai que nos ajude a não cair na tentação do pecado e a nos livrar do mal que é o demônio. Pode haver meus irmãos e irmãs uma oração mais espiritual do que esta que nos foi ensinada por Cristo que enviou o Espírito Santo? Pode haver prece mais verdadeira aos olhos do pai do que aquela que saiu dos lábios do próprio Filho que é a Verdade?
Somente quem faz o salutar silêncio conseguirá ouvir a voz de Deus, ouvir o que o Senhor tem a falar a cada um de nós, buscando os dons do Santo Espírito para discernir sobre o que é fundamental na nossa intimidade com o Ressuscitado, que está presente no meio de nós. Pelo Espírito Santo, os nossos corações são elevados ao alto, os fracos são conduzidos pela mão, os que progridem na virtude chegam à perfeição. Ele ilumina os que foram purificados de toda mancha e torna-os espirituais pela comunhão consigo. 
Neste tempo de deserto, de oração, de silêncio e de recolhimento devemos estar atentos à nossa vida espiritual, ao nosso ser com Cristo. Nesse sentido, somos convidados incessantemente a orar e meditar sobre a Palavra de Deus, Por isso, estar em retiro, rezar nestes dias quaresmais é se colocar no silêncio da presença do Senhor, e com isso aproveitemos esta semana em que vivenciamos o silêncio do Deserto e da oração para juntos fazermos o Jejum da Língua, assim, nossa oração e nosso retiro quaresmal produzirão frutos abundantes, oferecendo os auxílios oportunos para realizarmos tudo o que o Senhor espera de cada um de nós.  
Que neste dia aprendamos a vencer as tentações do ser, do poder, do orgulho, da autossuficiência. E com o Silêncio apreciemos este tempo favorável, e este dia da Salvação

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