Reflexão do Evangelho de SExta-feira após Cinzas no Ofício Divino em Esperança -PB
RODOLPHO RAPHAEL
Amados irmãos e irmãs, nesta primeira sexta-feira da Quaresma, vemos a preocupação dos discípulos de João Batista perguntando a Jesus por que só eles e os fariseus estão jejuando, e não os seus discípulos? E Jesus com sua sabedoria divina responde com uma outra pergunta: uma festa de casamento os convidados e amigos do noivo têm que jejuar enquanto está alegre celebrando o casamento?
O casamento que Jesus fala meus amados, é entre Deus e o povo. A sua presença na terra foi à festa do casamento “para sempre”, isto é, uma aliança eterna.
O jejum praticado pelos judeus tinha um sentido de preparação para a chegada do Messias e do Reino de Deus. Como que os discípulos de Jesus iam praticar esse jejum, se o Messias já estava com eles?
É este o sentido da Quaresma, de nos preparar para a páscoa do Senhor, para a volta do Cristo ressuscitado. O jejum meus irmãos, auxilia no combate à gula, a oração no combate ao orgulho e à soberba, e a esmola no combate à avareza. Estes são exercícios que, se feitos com seriedade, têm a capacidade de arrancar o cristão católico das garras do relativismo que domina o nosso mundo atualmente e que tem necessidade de ser convertido por Deus, tem necessidade do seu perdão, do seu amor, tem necessidade de um coração novo e só o teremos escudando a voz do Senhor – e escutar, aqui, significa não somente ouvir sua Palavra, mas pensar nele, contemplá-lo, observar seus modos, sua vida, suas atitudes, seus apelos, apreender seus sentimentos... Somente assim, abertos para o Senhor, poderemos perceber o que ele espera de nós.
Santo Agostinho, meus irmãos e irmãs, reconhece o valor espiritual e moral do jejum, ele nos diz que “a abstinência purifica a alma, eleva a mente, subordina a carne ao espírito, cria um coração humilde e contrito, espalha as nuvens da concupiscência, extingue o fogo da luxúria e acende a verdadeira luz da castidade”
Lembremo-nos de três coisas que mantêm a fé, dão firmeza à devoção e perseverança à virtude. São elas a oração, o jejum e a misericórdia. O que a oração pede, o jejum alcança e a misericórdia recebe.
O jejum é a alma da oração e a misericórdia dá vida ao jejum. Ninguém queira separar estas três coisas, pois são inseparáveis. Quem pratica somente uma delas ou não pratica todas simultaneamente, é como se nada fizesse.
Peçamos, portanto, destas três virtudes – oração, jejum, misericórdia – uma única força mediadora junto de Deus em nosso favor; sejam para nós uma única defesa, uma única oração sob três formas distintas.
Reconquistemos meus irmãos e irmãs pelo jejum o que perdemos por não saber apreciá-lo; imolemos nossas almas pelo jejum, pois nada melhor podemos oferecer a Deus, como bem cantamos hoje no salmo 51 “O sacrifício agradável a Deus é um espírito penitente; Deus não despreza um coração arrependido e humilhado”.
Assim Seja!
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