Eis o Tempo de Conversão

RODOLPHO RAPHAEL

Com a Quarta-feira de Cinzas iniciamos o tempo da Quaresma, tempo forte e rico liturgicamente para a Igreja, é com as cinzas que nos lembramos de que viemos, e voltaremos ao pó, Além disso, a liturgia nos convida a vivenciar uma inteira conversão, e para isso, temos um tripé primordial, uma pedagogia divina que nos ajuda a vivê-la: é o jejum, a oração e a esmola.
É nesta chamada de atenção que a Igreja nos deixa como incógnita se realmente sabemos distinguir a nossa fragilidade, do nosso pecado, como também crer naquele que é o nosso Salvador.
Ressoa para nós o apelo que o Senhor nos faz: “Voltai a mim com todo o coração”. E nesse tempo, somos chamados a converter o nosso coração a Deus, conscientes de que não podemos realizar uma conversão sozinhos ou com as nossas próprias forças, porque é Deus que nos converte. Ele nos oferece o seu perdão e convidando-nos a voltar a Ele para que tire nosso coração de Pedra e nos dê um coração novo, purificado do mal que nos oprime.
O nosso mundo tem necessidade de ser convertido por Deus, tem necessidade do seu perdão, do seu amor, tem necessidade de um coração novo e só o teremos escudando a voz do Senhor – e escutar, aqui, significa não somente ouvir sua Palavra, mas pensar nele, contemplá-lo, observar seus modos, sua vida, suas atitudes, seus apelos, apreender seus sentimentos… Somente assim, abertos para o Senhor, poderemos perceber o que ele espera de nós.
Anteriormente falei da pedagogia divina que nos acompanha nesta quaresma, e Jesus, no Evangelho relê essas três obras fundamentais de piedade que estão na lei de Moisés, (jejum, a oração e a esmola).
Façamos assim a nossa penitência e fixemos atentamente o olhar no Sangue de Cristo que foi derramado na Cruz para nossa salvação e compreendamos o quão é precioso. É neste tempo favorável que somos convidados a jejuar e a praticarmos com mais ênfase a oração, que é o diálogo com Deus, assim como os olhos do corpo são iluminados quando recebem a luz, a alma que se eleva para Deus é iluminada por sua luz inefável, a oração é uma atitude exterior que provem do coração, se torna a mediadora entre Deus e os homens.
Iniciando uma nova Quaresma, um novo caminho de renovação espiritual, peçamos ao Senhor a graça da conversão pessoal e comunitária para formarmos assim uma sociedade mais justa deixando-nos iluminar pela Palavra do Senhor e corajosamente enxergarmos, à luz do Cristo, o que deve ser mudado em nós.
“Cantemos a quaresma como um canto de luto, um canto sem gloria e sem aleluia, um canto sem flores, sem vestes de alegria, um canto que se torna um grito penitente que implora e suplica”, Não nos mascaremos. Levantemo-nos, como o filho pródigo, e digamos: “Vou voltar! Vou dizer: pequei contra o céu e contra ti! Não sou digno!” E que a oração, a esmola e a penitência, sobretudo nos alimentos, sejam sinais externos dessa conversão interior.
ASSIM SEJA!

Comentários

Joseque Borges disse…
Ótima reflexão sobre o tempo litúrgico que nos prepara para a Páscoa de Cristo, sem a oração não há jejum, sem o jejum não há esmola, então que nessa Quaresma próxima nos remetamos a oração, que neste mundo muito secularizado no qual não deixamos mais espaço para isso, que pratiquemos a oração diária para que assim possamos fazer um penitencia de verdade…Que voltemos nossos olhos para a confissão que é o único julgamento no qual o réu se declara culpado e é absolvido…O confessionários estão vazios! Façamos nossa mudança, nossa conversão, nossa restauração!

Paz e Bem

Joseque Borges
Diney Melo disse…
Constante estado de conversão, essa é a transformação que devemos fazer todos os dias, pois está na essência humana o pecado.
Porém a Igreja nos propicia um tempo, onde podemos viver de forma mais intensa essa conversão, onde nosso coração de pedra se transformará em novo, em um novo coração!
Ednaldo Júnior disse…
Vc esta de parabens pela bellisima postagem, nos dias de hj fica-se um interrogação sobre esse tempo(quaresma)vc procurou mostra um pouco oq essa tempo vem nus trazer. Vc esta de parabens continue assim na sua vocação, que Deus iluminer vc. Abraços.
Dandara Virgínia disse…
Esse é um dos tempos mais bonitos e significativos do ano litúrgico… De fato, a identidade que se toma nesse tempo é uma das mais bonitas. Uma das coisas que admiro na Igreja, é a capacidade de ser sempre viva e em constante movimento. Infelizmente, as pessoas só procuram a conversão e um melhor contato com Deus em tempos fortes, principalmente nesse. Quando na verdade é necessário se ter isso SEMPRE. Valeu Rodolpho, e parabéns pelo texto. =D
Wellington Santos disse…
Parabenizo-o pelo artigo. É sempre bom vermos artigos cristãos como esse. Isso faz com que vários públicos possam se aprofundar no verdadeiro sentido que está a frente de nossa Igreja. Vivemos de fatos e grandes graças. A Quaresma é um tempo fortíssimo e inspira a todos, leigos, ordenados e consagrados, à uma reflexão sobre a nossa missão de batizados. Saudações fraternas a Rodolpho. Que Deus nos favoreça.
Aurea Ramos disse…
Olá amigo!

Novamente parabenizo-lhe pela pela fé e sensibilidade em escrever da forma mais clara e siguinificativa sobre tantos temas, sobretudo os tempos fortes da Igreja.

Um Santa Quaresma para você!

Abraços
Aurea
@aureacg
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