Os traços de nossa cultura, a semelhança e os mais diferentes dilemas são hoje freqüentemente refletidos na mídia. Um fato exemplar são os Reality Shows apresentados na TV. Para pensarmos sobre a valorização e banalização espetacular da vida íntima, tomo como foco o “Big Brother” (BBB), apresentado pela rede Globo de Televisão. O interesse e a apreciação pela vida íntima foram mencionados pelas teorizações do sociólogo Richard Sennett (1999).
O conhecimento de si como interioridade surge com a lógica público/privado que marcara a modernidade, logo, a exibição da intimidade em nossa sociedade é originária da “exploração da vida privada”, um desses valores seria a preservação da intimidade (sagrada em tempos remotos), agora, frente a sua transformação e fraqueza, está fadada, definitivamente, a sua decadência e eliminação.
O conhecimento de si como interioridade surge com a lógica público/privado que marcara a modernidade, logo, a exibição da intimidade em nossa sociedade é originária da “exploração da vida privada”, um desses valores seria a preservação da intimidade (sagrada em tempos remotos), agora, frente a sua transformação e fraqueza, está fadada, definitivamente, a sua decadência e eliminação.
Quanto à passividade dos curiosos telespectadores do “BBB”, é identificado um consumo indiferente de imagens por um público devoto do “lixo televisivo”, que agita em presença do espetáculo fomentado pela indústria do entretenimento e pela ficção do “real”; são imagens de banalidades e “bisbilhotagem” da vida alheia e privada de pessoas desconhecidas e distantes que passam a parecer próximas.
Guy Debord (1997), abordando sobre a sociedade do espetáculo, chamou atenção para o poder do espetáculo em termos de construção da alienação influente da audiência apática, assim, ensina que o espetáculo na sociedade satisfaz a uma fabricação concreta da alienação, pois, quem fica apenas observando o que vem depois, não age.
Com isso, o “BBB” não passa de uma estrutura inteligente, um vaivém de simulações como se de fato não fosse. Embora a armação tome o contorno de uma novela, (a tática ideológica concentrada que vai além dela). A mídia hoje não estaria reproduzindo o mesmo acontecimento através da indústria do entretenimento e do espetáculo? Os costumes são fenômenos do passado ou apenas alteraram suas formas? Atualmente avistamos o “mundo” através da mídia, ou apenas “sombras” de um “real”, mediante um fato produzido?
Um dos dilemas é que no mundo simulado temos a supressão do mundo moderno, assim, há uma imposição das máscaras dos fatos. Portanto, no “BBB” existe um véu de aparências que é produzido como essência pela força das imagens hipnóticas produzidas. Jean Baudrillard (1991) já nos havia comprovado que hoje não pensamos o virtual, ele é que nos pensa, pois, é essa transparência insignificante que nos afasta definitivamente do real.
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