Reflexão - XXIII Domingo do Tempo Comum - Ano A

 Meus irmãos e irmãs, 


Neste domingo, somos convidados a uma reflexão sobre a nossa responsabilidade face aos irmãos que nos rodeiam. Afirma, claramente, que ninguém pode ficar indiferente diante daquilo que ameaça a vida e a felicidade de um irmão e que todos somos responsáveis uns pelos outros.

Este ser responsável é ser também um sentinela, é ser aquele vigilante atento que, enquanto os outros descansam, perscruta o horizonte e procura detectar o perigo que ameaça a sua cidade, os seus concidadãos, os seus camaradas de armas. Quando pressente o perigo, tem a obrigação de dar o alarme. Se a sentinela não vigiar ou se não der o alarme, será responsável pela catástrofe que atingiu o seu Povo. Assim é o profeta. Ele é esse guarda que Iahwéh colocou no meio da comunidade do Povo de Deus, para perscrutar atentamente o horizonte da história, da vida do Povo e para dar o alarme sempre que a comunidade corre riscos. 

Para sermos estes sentinelas do amanhã, mais do que nunca, precisamos ser homens e mulheres de Deus, homens e mulheres concatenados com o coração aberto de Jesus para ouvir dEle seu forte e suave convite para sabermos reconhecer os problemas do nossos tempos, os desafios e as infidelidades da nossa sociedade ao coração de Jesus. Ser sentinela é também denunciar o pecado, corrigir fraternalmente o irmão, pois o amor está no centro de toda a nossa experiência religiosa. É no mandamento do amor que resume-se toda a Lei e todos os preceitos. Neste domingo Jesus também nos convida a entender a experiência eclesial da comunidade que é também comunidade de amor, compromisso, e de responsabilidade no seguimento de Cristo e na forma como devemos proceder com o irmão que errou e que muitas vezes provoca conflitos em nosso meio.  

A partir deste Evangelho, nós fazemos duas perguntas centrais: Como estamos vivendo a missão profética de Jesus desde o nosso Batismo?  E nós enquanto igreja, como tratamos os nossos irmãos? O fato meus caros é que não podemos excluir ninguém da comunhão. Devemos sim, acolhe-lhos, mostrar o caminho correto, mostrar o caminho da reconciliação e do perdão, pois Igreja é uma realidade divina e humana, onde coexistem a santidade e o pecado. Acolher é amar e perdoar e o amor é exigente, paciente, bondoso. O amor de Cristo nos impele inclusive a promover a correção que é também um ato de  amar, é um modo de preocupar-se com o outro e com a Comunidade que é ferida pelo pecado e muitas vezes pelo mau exemplo.

Assim, viveremos a caridade, pois, ela nunca se interrompe! Esta pedagogia de Jesus no Evangelho de Mateus, não apenas nos ensina, mas também nos impele a fazer o bem em todo tempo e levados pela caridade, impulsionados pelo Espírito Santo a  sermos Profetas/sentinelas do Reino, envolvidos e acolhidos pela Misericórdia divina, vivenciando-a concretamente em gestos de acolhida e perdão, para que nossas comunidades sejam mais fraternas e credíveis da presença do Senhor Ressuscitado. 

Aprendamos o caminho que Jesus nos propõe: ser misericordioso como Deus é misericordioso, buscando nossa perfeição e santificação e também de nosso irmão e irmã. E para tanto, a vivência do Mandamento do Amor é a máxima expressão de nossa fé no Senhor, e de nosso compromisso como discípulos missionários do Reino que Ele inaugurou.  O caminho é longo! Iluminados pela Palavra divina e revigorados pelo Pão da Eucaristia, continuemos passo a passo, sem jamais desistir.

Com Carinho, 

Rodolpho Raphael

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