Fiel Madeiro da Santa Cruz...

Há menos de 10 dias de estarmos celebrando a Páscoa da Cruz, gostaria de partilhar e ao mesmo tempo fazer com que meus amados irmãos e irmãs refletíssemos  a cerca do Fiel Madeiro. 
A humanidade continua crucificando Jesus todos os dias, cuspimos, damos bofetadas, blasfemamos. Crucificamos Jesus a cada amor não doado, não compartilhado. 
Jesus ensinou a humanidade o que é o AMOR! Ensinou que o amor não se divide, mas se multiplica. A liturgia da quaresma nos apresenta o amor como a raiz mais profunda da auto comunicação de Deus, O maior sinal de amor é dar a vida pelos amigos, e Jesus o fez; e este amor, quando se dá a conhecer, faz as pessoas saírem de si e ficarem estarrecidas, e por isso muitas daquelas que compreendem este amor, sentem afervorar-se o coração, desejam o martírio, alegram-se nos sofrimentos, tem alívio nas dores. 
Como não se bastasse ter se tornado homem como nós e ter morrido na Cruz, Nosso Senhor, antes de deixar este mundo, quis deixar-nos a maior prova possível de Sua entrega. Ele nos deixou em memória de Seu amor nada mais nada menos que o Seu corpo, o Seu sangue, a Sua alma, a Sua divindade, Ele mesmo, todo, sem reservas. Neste dom da Eucaristia – diz o Concilio de Trento – Cristo quis derramar todas as riquezas do amor que reservava para os homens. (Sess. XIII,c,2). A cruz de Cristo não mostra somente o silêncio de Jesus como sua última palavra ao Pai, mas também revela que Deus fala através do silêncio: “O silêncio de Deus, a experiência da distância do Onipotente e Pai é etapa decisiva no caminho terreno do Filho de Deus, Palavra encarnada”. (Bento XVI). 
Jesus foi servo na dor, porque sem morrer nem sofrer, podia muito bem nos salvar. Mas não! Escolheu uma vida de aflições e desprezos e uma morte cruel e vergonhosa. Morreu numa Cruz, destinada aos criminosos: "Humilhou-se ainda mais e foi obediente até a morte e morte de Cruz" (Fl 2,8). Jesus escolheu morrer e sofrer simplesmente para mostrar o Seu infinito amor pelos pecadores e o desejou ardentemente, quando assim se expressava: "Devo receber o batismo, e quanto o desejo até que ele se realize!" (Lc 12,50). 
Por isso a caridade de Cristo deve nos constranger e deve nos obrigar mesmo amá-Lo. Como nos diz São Francisco de Sales: "Este sofrimento e morte de Cristo não é como que ter nosso coração debaixo de uma prensa?" (Tratado do amor de Deus). O que nos leva a compreender que devemos morrer para qualquer outro amor para viver no amor de Cristo.
 Com isso, a experiência de Jesus na cruz, meus amados é profundamente reveladora da situação do homem que reza e do cume da oração, que neste dia de Jejum e Abstinência de Carne e depois de ter escutado e reconhecido a palavra de Deus, peçamos a mãe das dores que nos ajude a medir também o nosso silêncio e a nossa escuta para assim celebrarmos dignamente a sua Páscoa de seu Filho Jesus Cristo. Assim Seja! 

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